domingo, 2 de maio de 2010

3 meses de Intercâmbio!

Lá se vão 3 meses fora do Brasil.

Agora atualizando o Blog 3 meses e alguns dias. Comecei a jornada Santa Maria - Krakow dia 26 de Janeiro - 2010 e cheguei aqui dia 27 de Janeiro. Passaram-se 3 meses e pelo menos a cada mês que se passa dessa experiência eu paro para bastante para pensar em tudo qe tenho vivido. Com 3 meses por aqui, mais e mais coisas surgem quando penso em todo o intercâmbio até então. Sábado agora fui ao cinema com o Luis e o Vini que moram comigo e a gente tava conversando sobre isso: Nossa já são 3 meses, parece que foi ontem que toda a galera tava chegando aqui em Krakow lá no Mama's Hostel!

Depois de 3 meses por aqui, andar pela cidade de TRAM (trem elétrico) e olhar a cidade pela janela já é algo que não chama mais tanto a atenção como era no início. Nos primeiros dias caminhar pela centro histórico de Krakow era algo tão diferente, tudo era novo e parecia tão distante da realidade que eu tava acostumado."Nossa, tô na Europa!". Não que esteja de saco cheio do ambiente, da cidade, etc. Acho que pelo contrário. Da euforia inicial, do contato com o novo, agora passo a me sentir mais parte do contexto, antes era um espectador de tantas novidades que apareciam diariamente no intercâmbio. Na melhor definição disso: Um turista!

Como diz o Vini, no inicio olhava para o mapa mundi e via a distância de casa, do Brasil, era algo que assustava. "Que que eu to fazendo aqui tão longe de casa?"

Agora parece algo muito mais natural, em 2010 eu moro na Polônia! Sim, são 3 meses já vivendo fora, mais adaptado a cidade, ao trabalho, a rotina diária já estabelecida e tudo começa a andar. Tem todo aquele primeiro choque com as diferenças culturais, uma vida toda nova fora do país, longe da família, dos amigos e de tudo que se está acostumado, para um contexto totalmente diferente: novos amigos, trabalho novo, casa nova, vida nova, uma experiência totalmente diferente que tu tem que se adaptar e tirar o melhor de tudo que vai aparecendo. O cara tem que fazer a própria experiência, pois ninguém vai fazer por ti. Cada dia nesse período que já passou teve sempre algo novo, ou bom ou ruim, e mais do que nunca o cara aprende a encarar essas situações e tentar superar da melhor forma, desenvolvendo a resiliência diariamente.

A tão falada RESILIÊNCIA que se desenvolve quando se faz um intercâmbio, parei aqui para pesquisar na internet para me atualizar no conceito :) GOOGLE!!!

"O ser humano resiliente desenvolve a capacidade de recuperar – se moldar – novamente a cada obstáculo e a cada desafio. Quanto mais resiliente for o indivíduo maior será o desenvolvimento pessoal, isso torna uma pessoa mais motivada e com capacidade de contornar situações que apresente maior grau de tensão. "

"Neste mundo globalizado um grande diferencial representa a pessoa resiliente, pois o mercado procura profissionais que saibam trabalhar com altos níveis de cobrança, estresse, alta competividade, metas e resultados. Esses profissionais recuperam-se e se moldam a cada “deformação” (obstáculo) situacional. No mundo corporativo, podemos definir resiliência como a capacidade do indivíduo de lidar com serenidade com o estresse e as adversidades cotidianas, decorrentes do ambiente de trabalho, moldando-se a cada situação e recuperando o seu estado original."

Taí uma boa oportunidade para desenvolver isso! Tudo novo, tudo diferente, resilience mode on! ;)

E até aqui, em 3 meses a adaptação foi muito boa, agora acho que entra uma nova fase dessa experiência do intercâmbio. Depois de passar pela euforia e choque inicial, acomodar as melâncias no caminhão, vem a fase 2, se incorporar ainda mais no ambiente que se está inserido, do turista inicial começar a se sentir mais parte do todo. As coisas começam a se encaixar.

Ano passado vi uma palestra em uma conferência da AIESEC. Uma mulher do RH da Vale falava que cada vez mais o mercado começava a valorizar no Curriculo as experiêcias de intercâmbio internacionais com pelo menos 1 ano de duração em relação as de menor tempo. Sim, pois além do cara passar pelo período de choque inicial e tentativa de inclusão no ambiente, passa por uma fase mais prolongada de aceitação do novo contexto e adaptação, amadurecendo a situação por mais tempo. Depois ainda vem a fase de retorno, voltar para o país, para a realidade anterior, o choque reverso, depois de ter se adaptado em outro contexto voltar para a realidade antiga.

Se conseguir passar bem por tudo isso, se encaixa muito bem na definição que coloquei logo acima sobre resiliência. Toda essa troca e adaptação a contextos diferentes e superar dificuldades tem muito a ver com o perfil de adaptação, superação e de se moldar situações cada vez mais necessário tanto pessoalmente como profissionalmente hoje em dia. Ponto para a palestra da mulher do RH da Vale ;)

Então, rumo a fase 2, incluindo-se cada vez mais no novo ambiente -Intercâmbio na Polônia e gauchadas pela Europa ;)

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Como de costume tem que ter a parte das gauchadas no blog. Então "vamo" lá. Trabalhano na Shell aqui tenho trabalhado com o mercado da Shell Brasil, com brasileiros, portugueses e poloneses diariamente. Mas logo a única pessoa do time que não fala português é o nosso chefe, hehehe. De início pensei, baaah colocaram logo um eslováco para coordenar um time cheio de brasileiros e portugas, como que ele vai se ver pra liderar essa bando de loco junto. Pois não é que tem sido tranquilo! Achei que não ia fechar muito bem o perfil do pessoal, toda a malandragem e o jeitinho brasileiro com um chefe que nem português fala. Mas é muito interessante de ver como fechou bem, o Michal (fala-se "Mirrau"), nosso chefe, é uma figura, sempre dando umas gargalhadas la no trabalho que parece que tá num galpão ahuehauea, as vezes tá um silêncio lá e ele solta uma das suas gargalhadas características, pessoal até pede pra ele ficar quieto hahaha. O mais engraçado é o pessoal ensinando português pra ele. Já está sabendo muita coisa como: "Bom dia!", "Tudo bem?", "Eaí beleza?", "Caralho", "vai pentear macaco" e as que ele se matava rindo quando aprendeu: aspirador de pó, vovô, vovó e pão, que foi realmente um parto pra ele conseguir falar PÃO direito, uahuaheuaha. Que figura! Agora que ensinamos ele fica falando durante o trabalho: Caraaaalho! Eaí beleza fulano? Beleeeza! Ou então quando ele tá indo pra mesa dele e vê alguém no youtube, ele chega e diz: "Vai trabalhar caraaalho!!" aeuaheuahuea.

Mas não só no português que ele se integra na equipe! Quando teve a feijoada aqui ele foi para provar a tal feijoada e claro se integrar mais com o pessoal. Não poderia faltar é claro a dança do Créu em uma festa brasileira, e quem foi dançar? Da-lhe chefe! (com a blusa marron no vídeio)




Michal mostrando as palavras que sabe em português:



E por hoje é só! Bom inicio de semana para todos! Abraaaço!

2 comentários:

  1. êpa, muito fixe teu post, pá! (hehehe, no final das contas, a gente tá vivendo mais a cultura dos portugueses do que dos polacos, propriamente ditos...).
    Bah, me identifiquei muito, principalmente na parte que tu fala em se sentir turista e depois passar a fazer parte do contexto...mas ainda hoje, mesmo Cracóvia sendo pequena e nós já termos visto tudo, me deslumbro com algumas coisas daqui! É a másgica do intercâmbio! =)

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  2. O meu não sei se tu recebe por e-mail isso aqui. Mas tche, vim procurar o teu post, pois eu lembrava que tu tinha feito um de 3 meses.

    Toma no teu cu, da muita vontade de ir para Europa, o cara passa num calor infernal o dia inteiro, não vendo uma pessoa bonita, a comida é todo dia a mesma, arroz, molhos e vegetais.

    Os meus 3 meses não são iguais aos teus, pois eu tive muita bagunça, e ao mesmo tempo a banguça quebra esse ciclo de X, eu acho.

    abraço

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