domingo, 16 de maio de 2010

"Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros"

Com essa frase do título começo o post falando sobre onde fui na semana que passou:
- Tour pelo bairro judeu / Ghetto, com guia contando sobre toda a história do local.
- Visita ao Campo de concentração Auschwitz-Birkenau.


Nessa semana o Fábio, parceiro meu que tava em Londres, veio pra Krakow conhecer a cidade e me visitar. Então aproveitei e fui fazer uns tours com ele pela cidade que ainda não havia feito. Já havia ido no bairro judeu, mas sem guia o cara acaba não entendendo nada da história, o que significa isso ou aquilo, por que isso? Por que aquilo? Então fomo de "Free walking tour", um negócio que está se difundindo bastante aqui na Europa. Em diversas cidades que são mais turisticas procurando na internet tu acha esses tours gratuitos, com guais bem divertidos que ao final do passeio os turistas pagam quanto acham que vale o passeio, gorjetas. Ae fomos fazer o passeio para o bairro judeo no sábado passado. Valeu muito a pena conhecer o lugar tendo a perspectiva histórica dos acontecimentos e conectar os pontos. Vivenciar a história da 2ª guerra mundial, do holocausto, passando nos lugares onde tudo aconteceu é algo que te coloca realmente dentro da história se conectando mais com tudo que aconteceu.

Já havia assistido aqui a um tempo atrás o filme a lista de Schindler que foi filmado aqui em Krakow. Então dava para ver tudo que passa no filme, os judeus sendo colocados no ghetto e todo o contexto dos acontecimentos.

Além disso alguns lugares que aparecem no filme dá para visitar, como é o casa de uma das cenas bem famosas do filme no gueto que hoje no local existe um restaurante.

Restaurante onde foi filmado cena do filme a Lista de Schindler


Ainda existe parte do muro que cercava o gueto na 2ª guerra mundial.

Segundo o guia hoje em Krakow existem apenas cerca de 150 judeus, de uma população que antes do holocausto representava cerca de 30-35% da população da Polônia. Estima-se que cerca de 6 milhões de judeus morreram na época, dos quais 3 a 3,5 milhões de judeus polacos.

Ainda no passeio, finalmente entendi o que significam as cadeiras na Praça Zgody. Segundo o guia a idéia do monumento (ou algo do tipo) foi para representar os acontecimentos na época em que no gueto já viviam cerca de 3 mil judeus e outros 15 mil que já viviam em Krakow foram movidos e esprimidos para morar no local. Então em média cada apartamento passou a ser habitado por 4 famílias judías. E as cadeiras representam essa situação toda onde essas pessoas foram esprimidas no gueto, trouxeram toda sua mobília e obviamente não havia como alocar tudo nos apartamentos com tanta gente morando. Então ficou marcada a cena com aquele monte de mobília na rua atiradas na praça e ruas sofás, CADEIRAS (aham, o monumento). Além de representar isso, ele é funcional, depois de ver toda a história ali onde aconteceu o cara pode sentar em uma das cadeiras e pensar nas atrocidades feitas.



Então depois de ter ido no Gueto com guia, assistir a Lista de Schindler e reunir mais e mais informações tava pronto para ir visitar Auschwitz, campo de concentração onde estima-se que mais de 1 milhão de prisioneiros foram exterminados (ou nos trabalhos forçados, câmara de gás, fusilamento, castigos até a morte).

Esse é o tipo de turismo que o cara não sai dizendo ao final: "Nossa que lugar lindo! Adorei visitar". Mas acho que todo mundo um dia na vida deveria visitar esse lugar para ver de perto a história, como era a realidade dos campos de concentração durante o nazismo, tudo que se passou nesses lugares. É algo marcante e muito forte mas que vale a pena a visita para refletir.

Entrada de Auschwitz I - Em alemão: "O trabalho liberta!" Um lugar não muito interessante para ter algo assim escrito.


Entrada da câmara de gás onde a maioria dos prisioneiros eram encaminhados logo que chegavam ao campo de concentração, ao fundo a chaminé do crematório dos corpos.

Local em Auschwitz onde após a guerra foi enforcado o primeiro comandante do campo, após ter sido condenado a morte pelos seus crimes durante o nazismo.


Dentro do museu é possível ver centenas de objetos que os prioneiros traziam, achando que iriam permanecer com seus pertences. Quando chegavam tudo era confiscado e as coisas de valor eram separadas. Durante a guerra nada era disperdiçado. Na foto centenas de panelas.

Óculos tirados dos prisioneiros da chegada do campo.


Parede de fusilamento, onde eram executados alguns prioneiros condenado a morte no campo de concentração. Reprodução da parede da época.

Mais fotos da visita a Auschwits-Birkenau no meu picasa, clicando AQUI!

"Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros". Foi uma frase que eu li lá em Auschwitz durante a visita e que me chamou bastante a atenção. Nada melhor do que conhecer de perto o passado da humanidade e principalmente os erros cometidos para evitar que sejam repetidos no futuro. Além disso muito desses erros acontecem por que alguns não respeitaram as diferenças da cultura dos outros povos. Como por exemplo, tudo que os judeus passaram, quando foram expulsos do Centro de Krakow (no período medieval em que Krakow era a capital) principalmente por que os demais habitantes não entendiam seus hábitos diferentes e na maioria das vezes os culpavam pelas coisas ruins que aconteciam na cidade.

E quando as pessoas não buscam conhecer/compreender melhor as diferenças culturais dos outros povos, entender melhor seus costumes, por que fazem isso ou aquilo de uma forma diferente? Começam a surgir os problemas, os conflitos e as guerras. Das várias que já tivemos e temos atualmente pelo mundo muitas tiveram como alguns de seus estopins essa questão de diferenças culturais.

E entendimento de diferenças culturais é uma das coisas que tenho praticado no intercâmbio. Entender melhor a Polônia, o povo e sua história, por que somos diferentes nesse ou naquele aspecto? Isso é algo que já tinha a oportunidade de vivenciar quando trabalhava na AIESEC Santa Maria e agora como intercâmbista consigo vivenciar todos os dias e no contato com outros intercambistas de outros países e até mesmo com as pessoas que trabalho que são do Brasil e Portugal, mesmo "dentro de casa" temos várias diferenças culturais e regionais. Essa vivencia é importante para trazer para o dia-a-dia de trabalho, por exemplo, pois sempre vamos ter contato com pessoas diferentes no trabalho (clientes, colegas de trabalhos, chefes, liderados). Entendendo melhor as diferenças e sabendo usar isso de uma forma positiva conseguimos melhores resultados em todos os aspectos ;)

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Mudando de assunto, vamos as gauchadas como de costume. Como havia falado o Fábio veio aqui pra Krakow conhecer a cidade e como recepção no dia fomos com a galera numa festa em um barco! Já ta virando costume fazer festa aqui em diversos meios de transporte. Na semana anterior havia sido a vez de fazer uma festa em um Trem Elétrico. Toda a galera animada dentro do trem, um DJ animando o pessoal com muita música e o trem elétrico rodando toda a cidade, que maravilha. Mas dessa vez foi num barco que fica ancorado aqui no rio Vistula ao pé do castelo de Wawel. Durante o dia ele é um bar/restaurante e a noite foi a vez de irmos fazer uma festa lá organizada pelo pessoal da AIESEC.

Gurizada festiando na TRAM Party.

Eu e Luis na frente do trem antes da festa, fazendo o mini hang loose é claro!

O barco da festa \o/

Vista do barco durante o dia, que tristeza hein?

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Além do Fábio visitando aqui a cidade, nosso apartamento sempra tá hospedando um ou outro viajante. Parece um hostel isso aqui as vezes hehehe. Já tivemos o Fábio (RS), A Leticinha (que foi LCP da AIESEC Uberlândia ano passado quando eu era de Santa Maria e tava fazendo intercâmbio em Moldova e agora tá na Itália) , o Guto (de Porto Alegre, fazendo intercâmbio em Budapeste, na Nokia), mais uns romenos amigos do Luis, uma ucraniana que veio fazer entrevista pra Shell (e foi selecionada, aeee \o/) um portuga amigo do Luis e mais gente que vai surgindo. Você amigo que está passando pela Europa e quer visitar a Cracóvia, é só avisar que aqui é que nem coração de mãe, sempre tem lugar pra mais um.

Um abraço e boa semana!

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